Desde o final de agosto, alguns donos de cães seguem apreensivos sobre a escolha dos petiscos pets, isso porque casos de intoxicação alimentar, que podem causar problemas renais nos bichinhos, vêm chegando ao conhecimento público e preocupando tutores. E com as novas atualizações e informações que estão surgindo sobre o assunto, é bom revisar o que de fato se sabe sobre o caso.
Tudo começou quando a Polícia Civil de Minas Gerais investigou mortes de cachorros após comerem petiscos supostamente contaminados por monoetilenoglicol, substância tóxica que pode levar à insuficiência renal. As suspeitas foram relatadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que também abriu investigação.
A intoxicação aconteceria devido a contaminação do propilenoglicol – substância já utilizada em alimentos para humanos e animais – pelo monoetilenoglicol, produto tóxico que geralmente é usado para refrigeração e encontrado em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras. O uso do propilenoglicol é liberado, desde que seja adquirido de empresas registradas, o que não aconteceu.
Os primeiros relatos surgiram em Minas Gerais, que investiga oito casos, mas após as primeiras denúncias, novos casos surgiram e já são 13 estados, além do Distrito Federal, com casos registrados. Até o momento, já são 104 casos entre mortes e internações de cães intoxicados após consumo dos petiscos.
Já são cinco as empresas que tiveram determinação do Ministério da Agricultura para recolhimento de seus produtos após detecção do uso de dois lotes de propilenoglicol contaminados com monoetilenoglicol, fornecidos pela empresa Tecnoclean.
As empresas são: Petitos, Bassar Indústria e Comércio Ltda -primeira a ter os produtos recolhidos - AA FVO Alimentos Ltda, a Peppy Pet Indústria e Comércio de Alimentos para Animais e a Upper Dog comercial Ltda também entraram na lista.
Nas últimas atualizações do caso, o Ministério da Agricultura determinou o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da Bassar, em 2 de setembro. O órgão também interditou a fábrica da empresa, em Guarulhos (SP), até que sejam apresentadas todas as informações requeridas pela fiscalização.
Todas as marcas citadas precisaram retirar os lotes de seus produtos do mercado, ou em alguns casos, todos os lotes.
Casos continuam a surgir
No último dia 4 de outubro, mais dois casos vieram à público, desta vez no Espirito Santo. Um deles foi fatal, a primeira morte no estado. Uma cadela da raça spitz alemão não resistiu após ingerir o petisco "Petz Snack", uma das marcas com risco de contaminação. A cachorrinha ficou internada por cinco dias até morrer devido à gravidade do quadro, no dia 10 de setembro. Esse é o primeiro óbito confirmado após a suspeita de intoxicação registrada no Estado.
Com todos esses casos, fica a dúvida se continuar ou não dando petiscos aos pets. A orientação da vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia (CRMV), Rebeca Ribeiro, é justamente de evitar o pânico.
“É um momento de dor, a gente se solidariza com as perdas dos animais de companhia envolvidos nesse lamentável caso, mas a gente tem visto muitas notícias e mensagens inconsistentes circulando em redes sociais, atribuindo ao Mapa ações que não foram tomadas”, pondera.
Para a médica, a preocupação do ministério é motivada pela necessidade de um controle maior sobre o uso do propilenoglicol, já que a origem da contaminação ainda é desconhecida. “É importante frisar que essa suspeita se deu em uma fábrica em específico, com petiscos advindos de lá”, conclui.
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