O que falta para nos tornarmos realmente um país pet friendly? Indicadores superlativos não faltam. O Brasil consolidou-se como o terceiro maior do mundo no setor. E somos uma nação apaixonada pelos pets, o que não é somente uma constatação emocional. Os números comprovam: existe 1,8 animal de estimação por residência.
Testemunhamos uma transformação cultural profunda, que faz com que os bichinhos sejam parte da família. Os dados do Instituto Pet Brasil, divulgados em parceria com a Abinpet, confirmam essa realidade: já ultrapassamos a marca de 160,9 milhões de animais de estimação. Esta população diversa inclui 62,2 milhões de cães, 42,8 milhões de aves ornamentais, 30,8 milhões de gatos, 22,3 milhões de peixes e 2,8 milhões de répteis e pequenos mamíferos.
E como esses nossos melhores amigos mudaram nossa maneira de viver e conviver? A urbanização e as mudanças nos arranjos familiares estão redefinindo nossas escolhas. Os gatos (crescimento de 5,4%) e os pequenos mamíferos/répteis (7,6%) apresentam expansão mais acelerada que os cães (2,8%), principalmente nas grandes cidades. Famílias menores, apartamentos e o estilo de vida urbano abrem espaço para pets mais independentes ou que demandam menos espaço físico.
E o aumento mais expressivo no faturamento de segmentos como produtos e serviços veterinários nos últimos anos evidencia que os brasileiros não apenas convivem com seus pets, mas investem cada vez mais em sua saúde e bem-estar.
Mas é claro, nem tudo são flores no suposto país pet friendly
Apesar dos avanços, enfrentamos desafios significativos para nos firmarmos como país pet friendly. Cerca de 4,8 milhões de cães e gatos vivem em condições de vulnerabilidade no Brasil, pertencendo a famílias abaixo da linha da pobreza ou sem cuidador permanente. A carga tributária também é elevada no caso dos produtos de pet food. Metade do valor que o consumidor arca com nutrição animal destina-se a impostos, contrariando a tendência de outros mercados.
É por isso que o setor, e entidades como a Abinpet e o Instituto Pet Brasil trabalham para que a tendência de locais pet friendly sejam mais do que uma tendência, e sim um movimento. Queremos uma nova cultura que possa se expandir além do acolhimento em estabelecimentos comerciais, abrangendo políticas públicas que reconheçam a importância dos animais de estimação para a sociedade brasileira.
Entendemos que cuidar adequadamente dos pets não é supérfluo, mas uma necessidade básica para milhões de famílias.
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Dia Internacional da Mulher: como atuam as mulheres no setor pet?
O mercado pet atrai empreendedoras, com mulheres liderando 60% dos novos negócios no Brasil. Na veterinária, representam 49% dos profissionais. Gisela Mattos (Chef Chico) trocou o mercado corporativo por um negócio próprio após perceber desigualdade salarial. Carol Arisa (Recanto da Tia Carol) destaca o impacto feminino nas creches caninas. Cláudia Barrak (FÁBRICA PET) reforça a importância de foco e resiliência. Elas inspiram mais mulheres a empreenderem no setor, conciliando negócios e vida pessoal.
A Realidade da Profissão de Médico Veterinário no Brasil
O Brasil tem mais veterinários que os EUA, mas enfrenta desvalorização e excesso de cursos. Salários baixos e falta de regulação ameaçam o setor. Como fortalecer a profissão e evitar um colapso?
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